Os 6 erros fatais na segurança de uma empresa
Organizações de todos os tipos sempre foram muito visadas por bandidos, seja por seu alto valor de produtos, mercadorias, insumos ou mesmo pessoas. Assim, criar um bom sistema e plano para a segurança de uma empresa é algo mais que essencial.
Mas como criar um bom sistema de proteção? Como blindar adequadamente seus bens e funcionários? Como evitar erros que possam comprometer o bom andamento dos negócios?
Os 6 erros fatais na segurança de uma empresa
1. Terceirização com foco exclusivamente em custos
A terceirização de serviços, sem dúvida é algo muito positivo para todo e qualquer sistema de segurança de uma empresa que busca melhorar a proteção do local. Entretanto, quando o processo não é corretamente desenvolvido o resultado poderá ser exatamente o inverso.
Muitos gestores, preocupados simplesmente com a redução de custos, acabam contratando empresas despreparadas, colocando em risco os funcionários e o patrimônio.
Infelizmente, existem diversas empresas terceirizadas de péssima qualidade, que, em alguns casos, sequer verificam os antecedentes criminais de seus funcionários, podendo, até mesmo, destinar elementos mal-intencionados para cuidar da ronda e da portaria.
Além disso — como, muitas vezes, não pagam e não treinam corretamente a equipe — a rotatividade de funcionários é muito alta, acarretando dificuldades operacionais na segurança, pois na maioria do tempo o recinto é operado com substitutos, que ainda não conhecem devidamente as particularidades do local.
2. Falta de planejamento e investimento na estrutura física de segurança
A estrutura física da empresa envolve principalmente portões, cercas, muros e a guarita. Nesse caso, identificamos dois principais problemas que geram situações de risco na segurança de uma empresa.
O primeiro refere-se a locais mais antigos em que, na época de sua construção, o problema de segurança praticamente não existia e as estruturas de segurança não eram consideradas tão essenciais durante o projeto.
O segundo, em prédios mais novos, está relacionado a projetos mal realizados. Alguns arquitetos mais preocupados com questões estéticas ou mesmo por desconhecimento, negligenciam completamente aspectos básicos de segurança.
Em alguns casos, por exemplo, o porteiro, de dentro da guarita, é incapaz de enxergar a rua. Felizmente, essa situação vem mudando e muitas construtoras têm investido em consultorias especializadas em segurança para assessorar os projetos de construção.
Entretanto, em diversos casos, são necessários investimentos significativos para reverter falhas de conceito ou prédios obsoletos, o que nem sempre é viável ou priorizado, tornando a estrutura vulnerável.
Um prédio com boa estrutura física de segurança deve possuir no mínimo:
1. Guarita blindada com banheiro interno, ar-condicionado e boa visão da rua e dos portões.
2. Portões duplos inter-travados, tanto na entrada de pedestres quanto na de veículos.
3. Sistema de passa volume, impedindo a entrada de entregadores ao interior do ambiente.
4. Cercas e muros com altura mínima de 3,5 m (com complemento de segurança eletrônica perimetral). A altura ideal irá variar de acordo com o local e eventuais apoios que facilitem a escalada.
3. Falta de investimento adequado em segurança eletrônica
Para um sistema eficiente da segurança de uma empresa, o investimento em vigilância eletrônica é fundamental, garantindo suporte e controle para os recursos humanos.
Muitas vezes por falta de conhecimento ou de priorização, os investimentos nesse setor são realizados de maneira inadequada ou insuficiente. É importante esclarecer que não basta somente instalar os equipamentos: é necessário treinar a equipe para a eficiente utilização dos sistemas, além de realizar manutenções periódicas, garantindo seu bom e contínuo funcionamento.
Um bom sistema de segurança eletrônica deve prever, no mínimo, os seguintes itens:
1. Sistema de CFTV (Câmeras) com gravação local e remota: deve ser ostensivo e cobrir, no mínimo, todos os acessos ao Condomínio, garagem, elevadores e principais pontos de circulação.
2. Sistema de alarmes com monitoramento remoto: deve prever monitoramento de sensores e botão de pânico em locais críticos, acionando o serviço de pronta resposta e a central de monitoramento remota 24 horas.
3. Sistema de segurança perimetral: muros e grades devem ser monitorados para inibir e detectar eventuais tentativas de invasão. Cercas elétricas e sensores infravermelhos monitorados são dispositivos comumente utilizados.
4. Sistema de controle de acesso: tanto o acesso de pedestres, quanto de veículos deve ser feito através de sistema de controle de acesso específico, visando identificar e controlar a circulação no interior da empresa. Todos os fornecedores e prestadores de serviços devem ser devidamente cadastrados com registro de foto e documento, assim como controle de entrada e saída.
4. Desprezo às áreas de risco do entorno
Segurança é muito mais do que um prédio fortemente “blindado”. O mais eficiente sistema de segurança deve levar em conta todo o “ecossistema” em que a empresa está inserida.
O mapeamento das áreas de risco do entorno é uma prática raramente utilizada, porém fundamental para um projeto de segurança realmente eficiente.
Comunidades carentes convivendo ao lado de edifícios de luxo, praças públicas frequentadas por traficantes e usuários de drogas, avenidas e vias com iluminação deficiente, presença de redutores de velocidade em cruzamentos e acessos, são alguns pontos de risco que devem ser conhecidos e levados em conta na hora de se planejar o sistema de segurança de cada espaço.
A partir desse planejamento, é possível implementar diversas ações preventivas, envolvendo desde atuação junto a órgãos públicos, até a realização de ações sociais.
5. Inexistência ou descumprimento dos procedimentos de segurança
Talvez seja um dos erros mais fatais para a segurança de uma empresa. Os demais itens são muito importantes, porém, mais facilmente executados. Quando se fala de cumprimento de procedimentos de segurança, toca-se numa questão cultural e social, com necessidade, muitas vezes, de mudanças drásticas de comportamento, o que torna o assunto bem mais complexo.
Para que uma rotina de procedimentos de segurança seja devidamente implantada, o primeiro passo é formalizá-la de forma adequada e dar validade legal, incorporando-a no Regulamento de Boas Práticas, que deve ser aprovado pela diretoria da empresa.
O segundo passo é treinar devidamente todos os envolvidos, equipe de segurança e fornecedores.
E o passo decisivo é fazer cumprir os procedimentos estabelecidos, sendo primordial a existência de um processo de punição adequado para quem desrespeitar as regras definidas. Para isso é fundamental a atuação de um bom Gestor de Segurança e o apoio da diretoria.
6. Falta de rotina sistemática de treinamento e conscientização
O processo de treinamento e conscientização sobre a segurança de uma empresa deve ser contínuo, com planejamento no mínimo anual. Não se deve “baixar” a guarda. Muitas organizações fazem uma boa implantação do sistema de segurança, mas ao longo tempo, deixam o sistema “cair na rotina”, gerando falhas que aumentam os riscos.
Se a equipe de segurança for terceirizada, é importante cobrar da empresa responsável, um planejamento estratégico para treinamento de seus funcionários. Em caso de substituição, os novos funcionários devem estar devidamente capacitados para assumir as novas funções, passando por integrações bem estruturadas.
Como podemos ver, os gestores devem sempre estar atentos para não deixar que as empresas sofram as consequências desses 6 erros fatais na segurança de uma empresa. Para isso, uma contratação assertiva de uma empresa séria e conhecedora do assunto poderá auxiliar no processo.